segunda-feira, 29 de junho de 2009

O país de Sócrates


O "Jornal de Notícias" de hoje, em primeira página, revela dados da situação social em Portugal, confirmando aliás aquilo que se sabia há muito, mas que a propaganda do governo tem procurado encobrir. Só quatro distritos têm pensões acima do limiar da pobreza. Os cerca de dois milhões de pobres que há no país correspondem coincidentemente ao número de reformados existentes e cuja pensão média é de 385 euros. Mas em Braga, a média das pensões por velhice é de 345 euros, sendo que a das mulheres é apenas de 291 euros. É o rosto do país de Sócrates, a radiografia das suas políticas neoliberais, em que a riqueza produzida por todos é arrecadada por meia dúzia, enquanto os trabalhadores são atirados para as condições humilhantes e desumanas da miséria e do desemprego.

2 comentários:

  1. Estas evidências são cada vez mais claras e transparentes. Mas então questiono-me por que, ora o PS, ora o PSD, continuam a ganhar eleições? Por que é que o povo, sendo constantemente maltratado, continua a votar neles?
    Perdoem-me a ignorância, mas por que é que a "mensagem" da esquerda não é mais abrangente? Ou será que está a começar a sê-lo?

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  2. Infelizmente os dados fornecidos pelo JN correspondem a uma realidade que milhões de portugueses sentem na pele, por mais propaganda que se faça e por mais novas "caras" com que este governo dito socialista se apresente. Estou inteiramente de acordo com as palavras do autor do blog ( de quem muito me orgulho )e que sempre foi um lutador de causas.
    Ao jovem Miguel Cunha quero dizer-lhe que muito me apraz que as questões que coloca façam parte do seu rol de preocupações. São preocupações legítimas e pertinentes. Eu penso que, pese embora a necessidade de se rever a estratégia, a mensagem da Esquerda não passa porque vivemos numa democracia aparente... parece que todos somos iguais e que todos temos os mesmos direitos, mas não somos e não temos. Basta ver e ouvir os noticiários e a hierarquização que fazem das notícias. As mensagens da Esquerda são sistematicamente descontextualizadas, deturpadas e abafadas. Contudo, como o Miguel termina o seu comentário, também eu estou convencida de que a situação se poderá inverter. Neste momento, penso que a grande vitória é impedir que qualquer um dos dois partidos de alternância do Poder(PS/PSD) tenha a maioria absoluta.

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