sábado, 20 de fevereiro de 2010

Manuel Cunha (1929-2010)


Escreve aqui o neto do Manuel Cunha com a triste missão de anunciar o seu falecimento. Faleceu no dia 19 de Fevereiro no Hospital de Guimarães com 80 anos. O seu corpo estará na Casa Mortuária de Riba D'Ave (junto ao Cemitério) a partir das 15 h de hoje (sábado); será levado amanhã (Domingo) para a Casa Crematória de Prado do Repouso no Porto a partir das 14 h.
Em seu nome, agradeço a todos os que contribuiram para este blog.
Antes de o terminar, e como forma de homenagear a figura que não deixou ninguém indiferente, que foi o meu avô, gostaria de sugerir que publicassem memórias de contactos ou vivências que tiveram com ele.
Da minha parte, atrevo-me a dizer que foi por causa de homens como o meu avô que as grandes mudanças sociais se deram, homens que não calaram, que não se acomodaram, sempre em prol de ideais profundos.

Obrigado a todos

23 comentários:

  1. Os meus sinceros pêsames à família.
    È uma perda insubstituível para Riba de Ave, pois contribuiu com empenho e confianças nas suas ideias e foi sempre um homem que lutou pela liberdade.
    Gostaria imenso que alguém continuasse com este blog. Era a minha consulta diária.
    Obrigada Sr.Manuel Cunha e até sempre.

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  2. Era um visitante assíduo deste blog. Infelizmente, após mais uma visita, deparo-me com esta lamentável notícia.

    Manuel Cunha era, sem dúvida, uma das pesoas mais sábias de Riba de Ave! Prova disso é o dinamismo dado a este Blog.

    Neste momento de dor, os meus sinceros pêsames à família enlutada.

    Descanse em paz, sr.Manuel Cunha.

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  3. Morreu um HOMEM, não apenas com um H grande, mas com as cinco letras H O M E M bem grandes, grandeza essa que pôs sempre na sua vivência com a família, os amigos e mesmo os adversários políticos.
    Tive o privilégio de o ter conhecido. Homem de grande cultura, de grande dinâmica, de uma grandeza indiscritível na sua acção social.
    À família enlutada os meus pêsames.

    António Santos Oliveira

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  4. É com profunda tristeza que recebo esta notícia.
    Das poucas vezes que tive a oportunidade de falar pessoalmente com ele, retenho a sua mensagem de intensivo que me deu por altura das últimas eleições Autárquicas numa acção de campanha e Riba d'Áve.
    Acompanhei sempre este seu blog e os demais textos que foi publicando.
    Famalicão fica mais pobre. Muito mais pobre.

    Até sempre!

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  5. Mqanuel Castro (Oliv. S. Mateus)21/2/10 1:26 da manhã

    É com grande tristeza que escrevo hoje neste blog, porque como todos dias vou consutar o blog e depáro-me com esta triste noticia não consigo arrancar palavras para descrever que mais poderei dizer, foi um prazer o ter conhecido, obrigado companheiro,obrigado amigo aprendi muito consigo, até sempre.Á familia os meus sinceros pesames especiamente aos camaradas Lua e Pim se me permitem assim trata-los

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  6. Manuela Machado21/2/10 12:38 da tarde

    Partiu o HOMEM, o AMIGO, o LUTADOR da liberdade. Nunca se deixou amordaçar.
    Sempre fiel aos seus princípios.
    Era um cidadão actual, culto e empenhado na vida política e social. Tive a oportunidade de um dia lhe dizer isto mesmo.
    Tomemos como exemplo a sua rectidão e integridade.
    Foi uma grande perda para todos nós.
    Os meus sentidos pêsames à esposa, filhos e restante família.
    Até sempre!

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  7. Bem haja!
    Com toda a certeza posso afirmar que foram homens como o seu avô que alcançaram as grandes mudanças sociais.
    Homem de convicções, empenhado, deu voz aos protestos e sabia ser AMIGO, muito correcto e leal.
    Os que conviveram com este GRANDE homem, ficam gratos pelos ensinamentos por ele transmitidos.
    Uma perda para todos nós, pois ainda tinha muito para nos dar.
    Fica a minha saudade!

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  8. CUNHA
    A TUA VIAGEM QUE VAIS FAZER SEM
    RETORNO,FICAS PARA NÓS COMO SIMBULO
    QUE OBRIGA A CONTINUAR NA LUTA QUE
    SEMPRE NOS ENSINASTE E PODER QUERER
    QUE NO ETERIO QUE VAIS SUBIR NÓS
    CONTINUAREMOS A COMPLETAR TUDO AQUILO PELO QUE LUTASTE.
    ATÉ Á ETERNIDADE CAMARADA CUNHA
    XICO ALVES

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  9. Nesta hora em que um corpo se reduz a cinzas não posso deixar de expressar o meu pesar...

    No entanto, ficará bem viva a recordação de um homem caminhando de livro debaixo do braço (sempre assim o via na praça D. Maria II), deixando, para sempre, as marcas dos seus passos gravados na nossa memória.

    Até sempre!

    Lucília Ramos

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  10. Pelo Ontem,pelo Hoje e pelo Amanhã,enfim por tudo o que lutaste e acredistaste,obrigada Amigo Manuel Cunha Margarida Malvar

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  11. Conheci o Manuel Cunha desde Janeiro de 1969,numa reunião clandestina.Desde então tive sobejas razões para admirar a intelegência,a coragem e a integridade moral daquele querido Amigo.Até sempre. Joaquim Loureiro

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  12. Foi com uma enorme estupefacção que tomei conhecimento de que o "Neca Cunha", tinha falecido. Esta noticia caiu com enorme estrondo no meu subconsciente. Não porque não soubesse que um dia poderia e teria de acontecer, mas porque, foi de todo inesperado. O Neca Cunha, era um amigo, companheiro e camarada, Homem de ideais bem defenidos, e com convicções firmes de que é possivel, uma sociedade mais justa e mais solidária. Tem todo um passado de luta, na busca de uma sociedade melhor, e deu o seu contributo para que tal possa um dia acontecer. Ainda lá não chegamos, mas por todo o seu labor, deixou as sementes, para acreditarmos que o seu sonho é possivel. Compete-nos agora a nós, não defraudar-mos a sua memória.
    Tive o prazer de partilhar com o Neca Cunha, muitas ideias e jornadas de luta. Nem sempre os nossos caminhos se cruzaram, mas nunca duvidei dos seus ideais, os quais partilhava, por isso, jamais olvidarei é deixarei de honrar a sua memória.
    Á familia enlutada, os meus sentidos pêsames, e ao Neca Cunha, um bem haja por tudo quanto fez, e por tudo aquilo que nos deu o prazer de ensinar.
    Até sempre, amigo.
    Francisco Dias

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  13. Foi com muita tristeza que vi partir o Neca Cunha, Homem com H Grande, um grande amigo que jamais esquecerei, um lutador incansavel pelos ideais da libertdade, com quem tive o previlegio de aprender, e de ter grandes discussões quando vinham ao de cima as nossas devirgencias, foi por esta forma de encarar a vida, que a nossa amizade se reforçou. Nesta hora de emoção não posso deixar de me sentir orgulhoso por o Neca Cunha ter sido um dos meus apoiantes nas ultimas eleições autarquicas, sabendo ele o desconforto que esse apoio lhe criaria, é tambem por este acto simbolico que se vê a dignidade dos homens, e essa dignidade o Cunha tinha-a.

    Até sempre CAMARADA.
    Adelino Mota

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  14. Manuela Ramos Cunha22/2/10 4:20 da tarde

    Querido sogro, pai e amigo,

    Em meu nome te digo: " A luta continua!"

    Farei tudo que estiver ao meu alcance para que a tua morte não tenha sido em vão.

    Continuarás vivo no meu coração e ele ditará a palavra de Ordem!

    CAMARADA!
    AVANTE!
    CONTA COMIGO, PAI!

    Tua nora,
    Manelinha

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  15. Fiquei mais do que sensiblizado com o falecimento do sr. Manuel Cunha, para mim o Sr. Cunha. Conheci-o em 1992, no âmbito das IIªs Jornadas de História Local, através do Dr. Sá da Costa; e, posso dizer, a partir daí foi sempre um convívio mais do que salutar, encontrando-o ou na rua, ou nas suas visitas constantes ao Museu Bernardino Machado. Uma das suas últimas idas ao Museu, na companhia de um amigo, estava a intercer pelo amigo! Antes disso, apareceu-me no Museu porque o Dr. Sá da Costa lhe tinha contado que o Museu tinha feito um dossier sobre as suas actividades no âmbito das comemorações da República. Não perdeu tempo: divulgou logo de imediato o programa das respectivas comemorações aqui neste seu blog! A minha última grande conversa com o Sr. Cunha foi no âmbito das comemorações do 40.º Aniversário das Eleições Legislativas (gostava de enviar umas fotos para aqui serem publicadas...), lembrando-me uma vez mais que não percebia porque é que sua visita ao Caramulo, ao amigo Francisco Carneiro de Sá, estava registada na PIDE! Devo-lhe a ele o conhecimento do suplemento literário "Impacto", publicado no Jornal de Riba D`Ave, durante os anos sessenta, deixando-me (e cedendo), consultar o mesmo suplemento literário. Não sei o que mais hei-de dizer... fica-me o seu sorriso de amizade fraterna...

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  16. "Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"

    A luta continua...

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  17. Avô…
    …amigo, nosso protector, agora como no primeiro dia, sem nunca baixar a guarda, sem nunca nos esquecer. Para nós és amor, amizade, ternura, integridade, valentia, inconformismo; em nós deixas o mais profundo orgulho por tudo aquilo que foste e pela forma como “pulaste e avançaste” com o mundo, mantendo, porém, intocados os valores e ideais em que sempre acreditaste e nos fizeste acreditar.
    “Não é possível imaginar um mundo sem crianças, sem livros e sem pássaros”, escreveste numa dedicatória à tua bisneta. Não é possível imaginar um mundo sem ti!
    As tuas netas Josina e Rita.

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  18. Manel Oliveira e Sérgio Ribeiro23/2/10 7:35 da tarde

    Morreu o resistente à ditadura, o militante do PCP e o renovador comunista. Mas o homem lúcido, integro, solidário e bom, jamais morrerá na memória daqueles que tiveram a sorte de o conhecer e de o ter como amigo.

    Até sempre Camarada,

    Manel Oliveira

    Sérgio Ribeiro

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  19. com os meus melhores cumprimentos, a minha simples homenagem ao Sr. Manuel Cunha. Ver em
    http://litfil.blogspot.com

    amadeu gonçalves

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  20. Conheci o Sr. Cunha quando ainda era pouco mais que adolescente. Que sabedoria ele tinha! Que riqueza de vida e que coerência. Apesar de não nos vermos há anos, lembrava-me dele com muita frequência. O humor refinado, da forma como falava dos filhos e dos netos, da politica, da pureza das ideias e dos ideais. Tenho muita pena de não ter ido ao funeral. Pelo menos, havia uma despedida. Que grande perda a sua morte, Sr. Cunha. Gostava de ver editados os seus apontamentos que, ciosamente, guardava. Um beijinho. Emília Monteiro

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  21. Aos familiares eu gostava de deixar o pedido de que se publicassem os seus apontamentos, e que assim que isso for possível, publiquem esse facto neste blog.
    Esta ilustre figura que foi o Sr.Cunha, tinha GRANDES histórias para contar. Desde a sua luta pela liberdade, passando pela ajuda aos mais desfavorecidos e até na colaboração dum Teatro que alguns jovens criaram em Riba de Ave, os Tótozinhos, e um clube de Futebol do qual ele foi um dos fundadores entre os anos 40 e 50. Era também por isto, um homem muito acarinhado em Riba de Ave e muito bairrista.
    Porque não tentar publicar uma biografia?
    Seria a história de vida dum HOMEM, duma terra e dum País.
    Fica o desafio.
    Quem puder deixar memórias desses bons tempos... todos agradecemos.
    Que saudades do Sr.Cunha!

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  22. Caro Miguel Cunha
    Claro que pode usar os textos que tenho no meu blog sobre o seu avô. Se precisar de mais alguma coisa diga. Devia continuar com o blog.
    Com os meus melhores cumprimentos

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  23. Ao meu sogro,Manuel Cunha!

    Nunca lhe chamei sogro.Pai é que era . E foi-o,na vera intenção do termo.
    Não me criou o corpo, mas modelou-me o espírito.
    Recém - saído do seminário, ave timorata num mundo hostil ,em convulsão, não sei
    que passos - hesitantes passos - me conduziram àquela casa .A amizade dos filhos,porventura.
    E logo me senti adoptado. Não cruzei só a ombreira da porta, mesclei-me também nos valores da família . A que, pelo casamento, me juntei mais tarde .

    Como um bom pedagogo, abriu-me a casa e os livros .
    Não direi que os li todos, mas todos os que li estão cá. Perduram .A alguns não lhes apanhei o cerne;os demais ,lambuzei-me de os ler .
    Retenho que Kafka,Camus,Joyce,Sartre me foram de digestão lenta; já Stau Monteiro,Manuel da Fonseca,Jorge Amado,Alves Redol,Aquilino Ribeiro eram fruta madura para uma mente cúpida e jovem .
    A compulsão da leitura apanhei-a com ele . E é vício que não nos larga.
    Estou certo que ,onde quer que esteja( ele está conosco,afinal!),não perdeu a avidez,a curiosidade ,o prazer da busca . Defeitos que só a leitura mitiga.

    Como militante, cedo me mostrou a esquerda da vida . Das conversas, dos debates ,das discussões,fui forjando as escolhas. Foram escolhas para a vida . Mesmo na divergência
    -que as houve - ouvíamos a palavra sábia e a limpidez da análise .A lucidez feita de prática e
    experiência .

    Ontem ao ler o testemunho que as netas Josi e Rita,minhas filhas, prestaram ao avô aqui no seu blog(será sempre o seu blog), deslaçou-se-me finalmente o nó que se me aperrara na garganta nestes últimos dias .
    Cairam-me no colo algumas gotas . A idade - essa astuta professora - torna-nos a lágrima fácil .
    Afinal era “ água quase tudo…e cloreto de sódio” . Tantas vezes naquela casa cantou o Adriano estas palavras de António Gedeão . (Cantei-as também algumas vezes ).
    E Zeca Afonso, Manuel Freire, Luis Cília .

    São esses momentos – tantos,tantos momentos- que quero aqui evocar .
    Como um preito . Uma homenagem.
    Como uma jura . Uma jura de esperança num mundo que até ao fim quis transformar .
    E conseguiu . Deixou –nos, mas deixou-nos um mundo melhor .

    Abílio Machado

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