segunda-feira, 17 de maio de 2010

O ULTIMATUM


O Ultimatum


Voltei no final do fim de semana. Sócrates não decretou mais mudança no mundo nas últimas 48 horas mas prepara-se para provavelmente o fazer. Nas suas mágicas palavras, somos novamente os campeões do crescimento à escala internacional. Alguém que diga ao homem para ficar calado. Eu já não o aguento mais.
Na mesma semana que o conceito marxista de alienação (de que não sou grande apreciador) se podia aplicar que nem uma luva a uma boa parte do povo português; o menino Jesus levou o Benfica ao colo e o Papa foi-se embora "reconfortado" com o nosso país, nos bastidores da vida política, em Bruxelas, cozinhava-se o Ultimatum que se iria impôr a Portugal. Como ironizou alguém com argúcia num conhecido blogue nacional, faltou ligar a torradeira para ver se nela aparecia a missa Papal.
O Ultimatum de que vos falo nada tem que ver com os Ingleses, que em Janeiro de 1890, nos provocaram uma das maiores vergonhas nacionais. O Mapa de África foi retraçado a seu belo prazer e a Portugal só restou ficar com a tradicional resmunguice nacional.
Este Ultimatum de que vos falo é o primeiro grande Ultimatum imposto a Portugal no século XXI. O povo a pão e água, a miséria nacional anunciada por Sócrates com pompa e circunstância, foi mais uma vez o símbolo da perca da relativa indepêndencia nacional.
A partir do mês de Maio de 2010, o orçamento português tem que ser aprovado em Bruxelas. Para os tecnocratas que nos governam e que habilidosamente nos levaram ao fundo do poço, tudo isto não passa de uma mera decisão técnica que passa a ser decidida pela deusa "Europa". Para quem reconhece que o orçamento é sobretudo uma questão política tal significa a morte da democracia em Portugal.
Se até os dias de hoje o dogma pseudo técnico-científico dos 3% do PIB como critério de convergência, ainda era o resto que sobrava de política, a partir da visita Papal a Portugal, morreu a política. A partir de agora é ainda mais indiferente quem nos governe do Bloco Central. Coelho fará como Sócrates, que o mesmo é dizer, limitar-se-á à politica do rabinho entre as pernas. Foi assim em 1890. Foi assim em 2010. Que triste sina. Que triste fado.


João Martins in o macloulé - enviado por SR

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