Deste-me a fraternidade com os desconhecidos.
Juntaste a mim a força de todos os que vivem.
Voltaste a dar-me a pátria como num nascimento.
Deste-me a liberdade que não tem quem está só.
Ensinaste-me a acender a bondade como o lume.
Deste-me a rectidão de que precisava a árvore.
Ensinaste-me a ver a unidade e a diferença dos irmãos.
Mostraste-me como a dor de um ser morreu na vitória de todos.
Ensinaste-me a dormir na cama dura dos que são meus irmãos.
Fizeste-me construir sobre a realidade como sobre a rocha.
Fizeste-me inimigo do malvado e muro do colérico.
Fizeste-me ver a claridade do mundo e como é possível a alegria.
Fizeste-me indestrutível pois contigo não termino em mim próprio.
Pintura de Rogério Ribeiro
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