sábado, 29 de agosto de 2009

Quando os trabalhadores fazem a História


Eles eram poucos. E nem puderam cantar muito alto a Internacional, naquela casa de Niterói, em 1922. Mas cantaram e fundaram o Partido. Eles eram apenas nove: o jornalista Astrogildo, o contador Cordeiro, o gráfico Pimenta, o sapateiro José Elias, o vassoureiro Luís Peres, os alfaiates Cendron e Barbosa, o ferroviário Hermogénio, e ainda o barbeiro Nequete, que citava Lenine a três por dois. Em todo o país eles eram mais de setenta. Sabiam pouco de marxismo, mas tinham sede de justiça e estavam dispostos a lutar por ela. Faz sessenta anos que isso aconteceu. O Partido Comunista Brasileiro não se tornou o maior partido do Ocidente, nem mesmo do Brasil. Mas quem contar a história do nosso povo e seus heróis, tem que falar dele, ou estará mentindo.

Ferreira Gullar (XIV Congresso Nacional do PCB - 9 a 12 de Outubro de 2009)

Fonte: Resistir.info

1 comentário:

  1. Este tema traz-me a memória de Luís Carlos Prestes (LCP), que foi mais tarde secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, e companheiro de Olga Benário, que os nazis assassinaram na Alemanha, numa câmara de gás. Jorge Amado, retratou no livro "O Cavaleiro da Esperança" a saga da coluna Prestes, que sob o comando de LCP percorreu 25.000 Kms. no território brasileiro, no combate à ditadura. E Pablo Neruda, no seu aclamdo livro "Canto Geral", dedicou-lhe um poema que correu mundo. Entre nós, a figura de Prestes foi mais conhecida através da telenovela "A Kananga do Japão"(1989), representado por Cassiano Ricardo.

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