O que posso dizer-vos neste momento é o mesmo que disse há quatro anos: há um poder dos cidadãos, a democracia é de todos e a República não tem dono", afirmou, enfatizando, numa alusão ao Partido Socialista, que qualquer decisão que venha a tomar "não está dependente de outras decisões".
Manuel Alegre falava no final de um jantar, organizado por personalidades como José Manuel Mendes, Jorge Cruz, Carlos Alegria, José Manuel Tarroso Gomes e Carlos Aldeia, que juntou 70 apoiantes, que pretendeu incentivar o socialista à recandidatura à Presidência da República.
Os organizadores apelaram ao poeta que se tornou político para que se recandidatasse à mais alta magistratura da Nação. Alegre respondeu-lhes que soube interpretar as palavras de incentivo: "Guiamo-nos pela própria cabeça e, por isso, qualquer decisão minha não terá a ver com a de terceiros, porque não sou refém de nada nem de ninguém", acentuou.
Manuel Alegre aproveitou a ocasião para se referir a temas que estão na actualidade política que o país "não pode continuar a viver num clima permanente de suspeição" deixando um aviso de que "há princípios fundamentais que têm de ser respeitados sob pena de caminharmos para um colapso de consequências imprevisíveis".
"Há uma regra básica no estado de direito: a Justiça não pode envolver-se na política e a política não pode envolver-se na Justiça", afirmou.
Manuel Alegre reafirma um princípio básico do estado de direito afirmando que "os julgamentos têm de ser feitos nos tribunais e não na praça pública e a corrupção não pode continuar impune".
"Há que repor a ética como condição essencial para se restabelecer a confiança e precisamos de a repor, não deixando desaparecer a esperança aberta pelo 25 de Abril, não deixando que os jovens se sintam deprimidos e, mesmo os melhores, queiram abandonar o país", declarou.
"Portugal precisa estabilidade política" afirmou Alegre acentuando que esta "não existe sem estabilidade social".
Fonte: RTP
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