domingo, 5 de julho de 2009

Lisboa sem convergência eleitoral à esquerda

Fonte: Renovação Comunista
O Movimento Cívico, responsável pelo apelo à convergência dos partidos de esquerda para a Câmara de Lisboa, anunciou a inviabilização do mesmo, por não ter sido possível congregar vontades nessa direcção. Não surpreende o fracasso, uma vez que a iniciativa foi lançada fora do timing aconselhável, num momento em que os candidatos já estavam praticamente em campanha e a candidatura de António Costa, do Partido Socialista, se apresentava hegemónica e triunfalista. Fique mais uma vez a lição de que não podem aligeirar-se as dificuldades do caminho a percorrer para alcançar a convergência das forças de esquerda, objectivo que deverá mesmo tornar-se mais ousado, pois só no Governo se poderão adoptar políticas que sirvam o povo português. Os partidos estão ainda muito enquistados nos seus interesses como tal, e vai ser dificil arredarem pé deles. Sendo verdade que não há Democracia sem os Partidos, não é menos verdade que eles têm sido pedra de tropeço para o rasgar de caminhos de unidade, não resultando desse ensimesmamento vantagens para a luta dos trabalhadores. É nossa opinião que, neste momento, a convergência só iria beneficiar o PS - em muitas dificuldades devido às suas políticas de direita derrotadas nas eleições para o Parlamento Europeu - já que quer o PCP quer o BE estão apostados na confirmação dessa derrota nas Legislativas, para abrir caminhos a políticas diferentes daquelas que o governo de Sócrates vem aplicando contra tudo e contra todos. Partilhamos da opinião de que "a pluralidade da esquerda não tem de ser desvantagem, antes devendo constituir-se em oportunidade e vitalidade na construção do futuro", e que embora o apelo não tenha sido escutado(e bem, quanto a nós, neste momento), ficou claro que um número considerável de portugueses deseja essa convergência para vencer a direita e consolidar um verdadeiro programa de governação da Esquerda. "As virtudes do diálogo e aproximação constituem um investimento que o futuro reconhecerá como indispensável". Não se justificariam dissenções e rupturas, perante dilemas que não são de hoje. No horizonte próximo estão eleições que as forças de esquerda precisam de vencer, para ajudar a abrir as portas que a convergência reclama.

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