domingo, 19 de julho de 2009

O Ministério da Educação mentiu. A luta dos professores vai manter-se acesa, podendo comprometer a tranquilidade no início do próximo ano lectivo


A FENPROF, em nota à comunicação social, veio dizer que o M.E. mentiu e que, afinal, não altera o modelo de avaliação dos professores. E mentiu, afirma a FENPROF, não só aos professores, educadores e sindicatos, como mentiu aos deputados da Assembleia da República e ao país. Ainda segundo esta organização sindical, o M.E. mantém em vigor a avaliação que a quase totalidade dos docentes contestou na rua, a que todas as organizações sindicais de docentes se opuseram, que toda a oposição parlamentar e alguns deputados do PS pretenderam suspender, que mais de duas centenas de conselhos executivos exigiu que fosse suspensa, que o conselho das escolas aprovou que se suspendesse, que o Primeiro-Ministro, em recente entrevista televisiva, reconheceu ter sido um erro do governo. Diz a FENPROF que "mais uma vez, contra tudo e contra todos, o M.E. decidiu impor a sua vontade e deixar tudo na mesma". E a finalizar, diz a FENPROF, que é por um pouco de tudo: "incapacidade, incompetência, falta de vontade política, que leva o M.E. a pintar de cores ainda mais negras o panorama da educação em Portugal, e que assim, o seu futuro, e desde logo o início do próximo ano lectivo, voltarão a estar no centro da polémica e do conflito". E tudo, porque após tantos relatórios, tanta contestação, tantas promessas, tanta confusão que lançou nas escolas, o Ministério da Educação é um deserto de ideias, sem qualquer proposta para rever o modelo de avaliação dos professores.

2 comentários:

  1. OS PROFESSORES NÃO BAIXARÃO OS BRAÇOS

    O resultado da pseudo reunião de negociação, realizada na passada 5ª feira, é a prova do desnorte do ministério. A avaliação simplificada mantém-se, continuando a assentar num chorrilho de grelhas que não servem para nada, senão para inglês ver. E,por mais declarações que a Senhora Ministra da Educação faça, não consegue esconder o seu nervosismo face aos resultados do estudo da OCDE que aponta para a necessidade de ”fazer ajustamentos” ao modelo inicialmente apresentado, nomeadamente reduzindo a frequência dos momentos de avaliação e simplificando os seus critérios e instrumentos, que uniformizados a nível nacional, permitirão que se parta de um ponto comum e que se evitem as injustiças.Considerando a avaliação um instrumento indispensável, o relatório afirma claramente que “ para uma reforma ser bem sucedida, é necessário o envolvimento e a motivação dos professores.” Ora, o que se passa é exactamente o contrário. O corpo docente não foi ouvido nem achado em nenhuma fase do desenvolvimento do processo e os seus representantes – A Plataforma Sindical – foram sistematicamente tratados de forma indigna e com uma total arrogância anti-democrática (lembremos as declarações de um responsável do PS – o mesmo que diz que o que é bom é malhar na esquerda – que despudoradamente afirma que é preciso partir a espinha dorsal dos sindicatos. Os professores querem ser avaliados, mas não aceitam este modelo que não avalia nada, apenas burocratiza a Escola e os impede de cumprirem a sua tarefa natural: ensinar. Dêem-lhe espaço para que o façam com dignidade.

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  2. Desfecho anunciado, dada a intransigência do Ministério da Educação em recolher as propostas dos sindicatos, termina hoje sem acordo o processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente, que o Governo vai assinar sozinho. Com esta ministra e esta política, só resta aos professores continuar a luta. Os professores saberão manter-se unidos, até que os seus direitos e interesses sejam reconhecidos. É o apelo que deixo!

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