quinta-feira, 23 de julho de 2009

Riba de Ave tem direito ao Museu Têxtil


Na sessão promovida pela ADRAVE, falou-se no desinvestimento no Vale do Ave, que tem levado ao desemprego. Trata-se de uma situação preocupante, que urgentemente terá de ser enfrentada com medidas concretas, que minimizem as dramáticas consequências resultantes do encerramento de dezenas de empresas têxteis, com as sequelas sociais que daí têm resultado, colocando a nossa região no pico do desemprego. É indispensável atacar o problema com verdadeiro empenhamento, para encontrar uma resposta capaz. A radiografia está feita, agora é preciso agir...

Nesta sessão, falou-se da criação do Museu Têxtil Virtual, sediado em Famalicão. Não sendo este um problema novo, certo é que a sua localização se justifica inteiramente em Riba de Ave, berço da actividade têxtil e do seu maior obreiro, Narciso Ferreira.

3 comentários:

  1. Riba de Ave tem por direito a que o museu da industria textil seja aqui implantado, quando fui secretario da Junta de Freguesia trabalhamos para que isso acontece-se tinhamos debaixo do edificio da Junta de Freguesia um basto espólio para que a concretização do museu em Riba de Ave fosse uma realidade, inflizmente depois de eu "deixar" o cargo de secretario o espólio desapareceu, e mais ninguem se preocupou com o museu textil, e só na altura das eleições é que quem governa ou governou Riba de Ave se lembra do museu da industria textil. Também por isto é necessario mudar de governantes na autarquia, em Outubro o povo tem a palavra.

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  2. Há muito palavreado no discurso do presidente da Câmara na sesão promovida pela ADRAVE.Foram as fábricas de Riba de Ave que marcaram o "processo de industrialização do Vale do Ave", pelo princípio do século passado. E agora que encerraram Sampaio Ferreira e Oliveira Ferreira, o que ficou delas como património industrial e espaços adequados para a instalação do Museu Têxtil? E por que não se assegurou que fossem património industrial? Que interesses e compromissos se sobrepuseram aos valores da identidade histórica que essas fábricas significavam para o património local?
    Não venham com paleios, tudo se perde porque os interesses são sempre colocados à frente dos valores identitários e da memória das origens. De paleios andamos fartos...

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  3. Há dias, por circunstâncias pessoais, passei num local de Riba de Ave, numa zona habitacional relativamente recente ( completamente nova para mim, que de lá saí na minha juventude) e tive oportunidade de "olhar" as traseiras de Sampaio Ferreira. Como uma cidade fantasma, aquelas paredes em total ruína feriram de morte o meu imaginário infantil e juvenil. De repente todas as minhas memórias - visual, auditiva e olfactiva - preencheram a minha mente e uma amálgama de imagens,de sons e de cheiros atordoou-me … as batas das operárias a correr todos os dias ao som do “canudo”, o som inconfundível das chinelas sobre o macadame, deixando atrás de si o odor do coton que se colava a elas inevitavelmente. … Suspensa durante uns minutos nestas memórias, depressa voltei à cruel realidade das empresas têxteis de Riba de Ave ( Sampaio Ferreira, Oliveira Ferreira, Filda) e de muitas outras da zona do Vale do Vale, que, tendo, em tempos bem próximos, dado emprego a milhares de trabalhadores, foram empurradas para a falência com a entrada submissa de Portugal na CEE, sem que os interesses da Indústria portuguesa, nomeadamente a têxtil, fossem minimamente acautelados. Ora, perante este cenário, e dado que, conforme afirmações do Adelino Mota, a junta de freguesia é (ou foi) detentora de um espólio importante sobre esta indústria, considero totalmente legítimo que se reivindique Riba de Ave como o local para a edificação do Museu Têxtil… não tivesse por aqui corrido muito suor e sangue e lágrimas, frutos da exploração dos trabalhadores durante mais de um século e agora, com as falências, empurrados sem “dó nem piedade” para uma situação de desemprego, na maioria dos casos sem resolução.

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