sábado, 31 de outubro de 2009

No Dia Mundial da Poupança a pauperização das famílias


Mário Frota, presidente da Associação Portuguesa de Direito do Consumo, no programa "Porto de Abrigo", uma parceria Correio da Manhã, Rádio Festival e Fundação Filos, a propósito do Dia Mundial da Poupança que hoje se assinala, disse que a poupança é impossível para cerca de 80% das famílias, sublinhando que "o mais grave é que cerca de metade das famílias portuguesas não tem rendimentos suficientes para as despesas básicas obrigatórias". Este quadro social é verdadeiramente dramático e exige uma intervenção séria dos poderes públicos. Com a taxa de desemprego a aproximar-se dos 10%, sendo uma das mais altas da União Europeia; com a política de baixos salários e reformas, que parece estar para continuar, não se vê como irão as famílias enfrentar a situação de agravamento social que todos os dias se regista, como agora está a acontecer na Aerosoles, a maior empresa de calçado de Portugal, com 600 trabalhadores a não receberem os salários de Outubro e sob a pressão de um despedimento próximo, e com a Delphi, de Ponte do Sor, com encerramento previsto para 31 de Dezembro e 430 trabalhadores a perder o trabalho. Ao lado deste cenário real de dramas sociais, caminha a corrupção a alto nível, de que os casos destes dias abrangem grandes empresas, como a Refer, CP, Petrogal, Lisnave e REN, e figuras da alto gabarito ligadas a partidos políticos, como administradores, ex-ministros, militares e quadros superiores. Com este quadro da política económico-social, falar de "poupança" parece uma ironia. Pois se os salários e reformas das pessoas não chega para o seu viver quotidiano já muito asfixiado, vão as famílias poupar em quê?

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