segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Chavez destaca "vitória moral" de Zelaya
Da Organização dos Estados Americanos(OEA) à Organização das Nações Unidas(ONU), passando pela União Europeia e pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a reacção foi unânime: condenação irrevogável do golpe de Estado que no dia 28 de Junho derrubou o chefe de Estado hondurenho Manuel Zelaya, tendo a comunidade internacional exigido o seu regresso imediato ao lugar e às funções que a soberania popular lhe atribuiu, já que nenhuma outra opção seria aceitável. O golpe que depôs Manuel Zelaya foi visto por muita gente como um ataque da direita continental, já que presidente vinha aplicando medidas que os interesses da direira não aceitam, tais como o aumento do salário mínimo em 60% e a adesão à Aliança Bolivariana para os Povos da América(ALBA), associando-se assim ao grupo de países - Bolívia, Cuba. Equador, Venezuela - que preconiza a ruptura com o neoliberalismo. Desde o derrube de Zelaya que a Honduras tinha mergulhado numa noite de terror, com assassinatos e saques e detenções de centenas de cidadãos. Honduras tem grandes reservas de petróleo, e o saque dessa e outras riquezas estava na perpectiva dos golpistas. O povo organizou-se e promoveu neste período uma forte contestação ao golpe, que foi tido por muitos como um "estranho jogo entre Washington e Bogotá, com sinais de guerra fria". Perante a reacção internacional e do povo hondurenho, os golpistas não puderam consumar o atentado, mas obtiveram uma negociação para o regresso de Zelaya. Em que medida essa negociação vai representar o retorno à normalidade nas Honduras é dúvida que se coloca neste momento. Para já, o presidente deposto vai regressar ao poder e esta primeira vitória é saudada pelos países americanos da OEA. O futuro próximo ditará o caminho, sendo porém evidente que os EUA perdem cada vez mais o ascendente que mantinham sobre os povos da região e do mundo.
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É evidente que os Estados Unidos estiveram por trás do golpe de Estado contra Manuel Zelaya, e que só o repúdio mundial do golpe fez com o presidente deposto reassumisse o cargo, embora em condições difíceis para a sua acção futura com presidente. James Petras, analista e académico americano, fez um juizo severo das implicações do governo americano no golpe, afirmando que os EUA foram forçados a reconsiderar alguns aspectos devido aos protestos de todos os países contra os golpistas. Mas, diz Petras, o governo americano procura agora enfraquecer a posição de Zelaya. para que este tenha dificuldades em avançar com as reformas que estavam em curso nas Honduras. Há razões para temer cedências de Obama aos interesses da direita americana, o que está provocar uma queda na sua popularidade. Obama foi uma grande esperança para o mundo. Se perder a cartada, iremos todos pagar um elevado preço por essa derrota.
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