Ponto de passagem obrigatório na rota dos livros, a Póvoa de Varzim acolhe um novo lançamento – O Livro dos Guerrilheiros, de José Luandino Vieira. A apresentação decorre no dia 13, às 21h30, num espaço que é também ele feito de livros e escritores, o Diana Bar.
É um mergulho na memória de Angola que o escritor propõe, fixando o olhar nos guerrilheiros para, a partir das suas vozes, captar a guerrilha como uma vivência em movimento, como a realidade de um presente que ainda não poderia conhecer os erros, os acertos, a euforia, a frustração. Nessa mescla de testemunho e ficção, Luandino, com sua inquietante radicalidade, leva-nos por uma viagem marcada pelo risco, arrastando-nos para um turbilhão de imagens e sentidos que impossibilita qualquer hipótese de sossego diante do texto. Assim, como diante da extraordinária realidade que a escrita tão concisa consegue representar.
José Luandino Vieira nasceu na Lagoa do Furadouro, Portugal, mas tornou-se cidadão angolano pela sua participação no movimento de libertação nacional e contribuição para o nascimento da República Popular de Angola. Trabalhou em diversas profissões até ser preso em 1959 (Processo dos 50), é depois libertado e posteriormente, em 1961, é de novo preso e condenado a 14 anos de prisão. Transferido, em 1954, para o Campo de Concentração do Tarrafal, onde passou 8 anos, foi libertado em 1972, em regime de residência vigiada em Lisboa. Iniciou então a publicação da sua obra, na grande maioria escrita nas diversas prisões por onde passou. Na sua bibliografia estão incluídas obras para crianças, como A Guerra dos Fazedores de Chuva com os Caçadores de Nuvens, onde também constam desenhos do autor. Recentemente publicou Nosso Musseque (2003); A Vida Verdadeira de Domingos Xavier (2003); Nós, os do Makulusu (2004); João Vêncio: os Seus Amores (2004); Luanda (2004); No Antigamente, na Vida (2005); Macandumba (2005); Velhas Estórias (2006); Lourentinho, Dona Antónia de Sousa & Eu (2006); De Rios Velhos e Guerrilheiros – o Livro dos Rios (2007); Vidas Novas (2007); A Cidade e a Infância (2007). Em 2006 foi-lhe atribuído o Prémio Camões, o maior galardão literário para a língua portuguesa, o qual recusou, alegando "motivos íntimos e pessoais".
Só para informação. Esta iniciativa foi adiada devido ao grande temporal que se abateu sobre a Póvoa de Varzim na 6ª.feira. Foi adiada para data a anunciar.
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