Comandados por Manuel José, os Palancas Negras deixaram o CAN com atitude de anfitrião que sabia o que fazer para continuar em competição. O público, o 12º jogador, puxou pela sua selecção até ao último minuto. Manuel José, enlutado pela morte do pai em Portugal, operou mexidas, visando melhorar o rendimento da equipa. Tudo foi feito para alterar o rumo dos acontecimentos. Mas a bola teimou em não entrar. A saída dos Palancas Negras da competição, injusta pelo que ontem fizeram, deixa na boca o amargo sabor da injustiça. Mas o futebol é isto. A festa continua e o País está pronto para tributar aos vencedores o merecido aplauso e para reconhecer nos vencidos o mérito de terem abrilhantado a maior competição africana de futebol. Os responsáveis pelo futebol nacional vão encontrar a fórmula de dar continuidade ao trabalho que agora começou a ser desenvolvido por Manuel José, um técnico que prestigiou o nome do nosso País e a própria competição africana. Tudo aquilo que foi feito não pode ser perdido. A identidade que foi criada entre o público e os jogadores é um factor de motivação que nos pode levar a feitos nunca até agora atingidos. Pelo que fez durante toda a competição a selecção angolana de futebol é digna de louvor.Perdemos um jogo. É certo. Ainda por cima um jogo cujo resultado não é passível de ser rectificado. Mas nada disso tira brilho às exibições dos Palancas Negras. Em futebol não existem vitórias morais, mas nem todas as derrotas têm o mesmo sabor. Esta, que averbámos frente ao Ghana vem mostrar que, independentemente dos resultados, existe uma outra vertente: a dignidade. E essa dignidade, os nossos Palancas Negras nunca perderam.Também por isso, todos eles, desde jogadores à equipa técnica passando por dirigentes ou assistentes, merecem o aplauso de todo o País.
Fonte. Jornal de Angola
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