terça-feira, 8 de setembro de 2009

Destruir o Serviço Nacional de Saúde é o objectivo do programa do PSD


Num artigo publicado no sítio da Renovação Comunista, Mário Jorge, dirigente da Federação Nacional de Médicos, diz que "a leitura do programa do PSD relativo ao sector da saúde permite verificar que há uma perspectiva assumida de proceder à liquidação integral do Serviço Nacional de Saúde(SNS). O retomar de outras parcerias público-privadas, são conhecidos conceitos que enquadraram a política do governo conservador de Thatcher e que, por sua vez, caracterizam desde há décadas o sistema de saúde americano. Estas propostas mostram que a actual direcção do PSD não aprendeu nada com a actual e preocupante crise internacional, ao insistir em modelos que, de forma inquestionável, estão na origem da crise. É surpreendente que no nosso país sejam apresentadas estas propostas ao mesmo tempo que no país onde este modelo impera há décadas, o seu presidente, Barack Obama, esteja a desenvolver esforços para proceder à sua alteração, no sentido de criar um sistema universal de cuidados de saúde, de modo a impedir que continue a crescer o número dos actuais 50 milhões de americanos que não têm acesso a qualquer serviço de saúde. Depois do falhanço da experiência do acordo de gestão privada do Hospital Amadora/Sintra, que levou à sua não renovação e consequente retorno à gestão pública, a actual direcção do PSD insiste neste modelo e até pretende alargá-lo. É até irónico que depois daquilo que foi a gestão das listas de espera para as cirurgias do governo anterior pela mão do então ministro Luís Filipe Pereira, que eliminou o programa de recuperação dessas listas e substitui-o pelos chamados "vales cirurgia", o PSD retome a suposta "liberdade de escolha", que leva a que, como todos sabem, quem não tem recursos para pagar integralmente os cuidados de saúde de que necessita, fica com liberdade para escolher o quê?. Assim, dentro de dias, os eleitores terão a palavra decisiva em torno desta importante e crucial matéria: ou optam pela manutenção do direito constitucional à saúde corporizado pelo SNS ou aceitam que a sua saúde seja transformada numa mercadoria para viabilizar os negócios privados daqueles para quem a vida humana nada representa.
Fonte: Renovação Comunista

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