sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O voto, para uma verdadeira alternativa

Encerra hoje o período legal da campanha eleitoral para as Legislativas. No Domingo, são as eleições em que os portugueses vão escolher uma nova Assembleia da República e, consequentemente, um novo Governo. O debate de ideias, durante a campanha, passou ao lado da intervenção dos partidos, principalmente do PS, PSD e CDS-PP. Estes partidos têm mantido há mais de trinta anos um monopólio rotativo sobre a vida nacional, e o domínio deste “centrão”, interessado apenas num simulacro da Democracia, não a tem beneficiado. É que ela só se fortalece pela experiência alternativa das propostas que se colocam à governação, e pela participação activa dos cidadãos na coisa pública. O voto a que são chamados os eleitores de quatro em quatro anos não basta ao exercício da cidadania e sua intervenção política, e dá lugar a que, como temos visto, durante esse longo tempo os cidadãos sejam afastados das muitas decisões que interessam à sua vida. Não se estranha, por isso, que a campanha eleitoral tenha sido marcada por fait-divers e “factos” políticos(e sondagens muitas) fabricados para mera diversão e manipulação dos eleitores, e silenciar a discussão sobre os verdadeiros problemas que afectam a vida dos portugueses. Há quatro anos, pela primeira vez na sua história, o PS ganhou uma eleição com maioria absoluta. Recebendo um mandato para realizar as políticas que prometera levar a cabo, Sócrates e o seu Governo fizeram exactamente o contrário, e empenharam-se a governar contra as pessoas, apropriando-se do Estado para servir o partido e a clientela. A política neoliberal, liderada por Sócrates, gerou as desigualdades e as injustiças sociais mais profundas; mergulhou o país numa crise estrutural duradoura, com a maior taxa de desemprego de sempre, a pobreza, a insegurança e a corrupção. Atacou o Sistema Nacional de Saúde, a Educação, as Pensões de reforma. Criou o Código do Trabalho, esse instrumento inquisitorial ao serviço do patronato e contra os trabalhadores. Instalou o medo no quotidiano das pessoas e nas instituições, permitiu escândalos e abusos chocantes. Nunca é demais insistir no desmascaramento da patranha protagonizada pelo PS e pelo PSD – com o apoio cúmplice dos órgãos de informação do grande capital – em torno daquilo a que ambos chamam “alternativa”, e que é a questão central das eleições legislativas. Persistindo numa prática com décadas de existência, PS e PSD apresentam-se como alternativa um ao outro, quando as políticas de ambos são as mesmas: a política de direita que conduziu o País à situação dramática hoje existente. Se o PS ganhar as eleições, o que vai fazer é continuar a política que afundou o País; se for o PSD o vencedor, o que espera os portugueses é a continuação dessa mesma política, através de outros actores. O slogan “ou o PS ou a direita”, como a significar qualquer coisa como "ou o PS ou o caos", é uma chantagem, com a qual pretendem esconder que a única alternativa que se coloca nas eleições do próximo domingo é a da substituição das suas políticas por uma política de esquerda, feita com o povo e para o povo. Essa, sim, é sem dúvida nenhuma a verdadeira alternativa. Mas só poderá concretizar-se com o voto na verdadeira Esquerda. Faz, pois, do teu voto uma alavanca, para uma mudança a sério! Na tua mão está o teu futuro, e o futuro do País!

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