quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Suspeitas de vigilância a Belém ofuscam campanha eleitoral


A polémica parece ter ofuscado todos os problemas da campanha eleitoral, com o PS e o PSD emaranhados numa teia de acusações mútuas sobre o caso. Fernando Lima, recém-demitido, alegou ter "autorização" do Presidente da República para criar uma crise artificial. Ora, as dúvidas naõ fazem bem à democracia, Cavaco Silva deve falar, diz Francisco Louçã, e tem razão.Vital Moreira, no seu blogue, diz que "a desmontagem da "conspiração de Belém" contra Sócrates e o PS não é somente uma enorme derrota política de Cavaco Silva(e por extensão do PSD, que tinha cavalgado desavergonhadamente a intentona em seu proveito). É também uma estrondosa derrota moral, manchando indelevelmente a lisura da conduta do Presidente da República. Embora tendo afastado a face visível da maquinação política, a manutenção do seu silêncio sobre o caso, sem esclarecer as suas próprias responsabilidades pessoais, só agrava a embaraçosa situação do inquilino de Belém. Cavaco Silva está no pelourinho do julgamento público, só pode queixar-se de si mesmo. Já Pacheco Pereira, também no seu blogue, escreve: "O Presidente da República tem certamente coisas graves para dizer ao país e entendeu que se as dissesse interferia no acto eleitoral. Muito bem, compreende-se que o faça, embora também se interfira na campanha por omissão. Mas o Presidente rompeu o seu próprio silêncio e "falou" através da demissão do seu assessor de imprensa e, sendo assim, interferiu de facto na campanha eleitoral. Mais valia agora que dissesse tudo para não acordarmos no dia 28 sabendo coisas que mais valia fossem conhecidas já. Para contarem para a decisão de voto dos portugueses, com cujo resultado final ele já está inevitavelmente comprometido". Estamos perante um "fait-divers" ou de uma manifestação de "asfixia da democracia", de que fala Manuela Ferreira Leite? A quem aproveita? Veremos, daqui a três dias!

1 comentário:

  1. Já no final da campanha, o PR está quedo e mudo, mas o efeito está retirado de toda esta trapalhada. Sócrates agradece, reconhecido. Quanto ao Pacheco Pereira, ninguém lhe liga importância. Terá de continuar a voar baixo...

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