Com a devida vénia, respigámos de "O Povo Famalicense", de hoje, excertos do artigo de Edna Cardoso acerca do saneamento de Moura Guedes do Jornal Nacional da TVI - "a jornalista e o jornal mais contestados e detestados pelo Primeiro-Ministro de Portugal José Sócrates". Numa sociedade, diz Edna Cardoso, "onde medram os sacanas, os hipócritas, os cobardes, os que debruçados sobre si contemplam o próprio umbigo, e que, numa atitude repugnante, para agradar ao "dono" e segurar o lugar, mesmo que, como Judas, isso implique venderem-se por trinta dinheiros, Manuela Moura Guedes pôde contar com o apoio de todos os colegas, um gesto bonito, de profunda dignidade, de grande elevação moral. Em matéria de liberdade de opinião e de expressão, prossegue EC, não estamos a grande distância da Idade Média. Os acusados de prevaricação ou de crimes relacionados com práticas heréticas deixaram de ser condenados pelo Tribunal do Santo Ofício e passaram a sê-lo por forças detentoras de poderes ocultos e a ordens suas. Poupados ao suplício da fogueira ou da cruz de pau, a condenação cumpre-se pela inibição e pela privação de um dos pilares fundamentais do exercício da cidadania: o direito de opinião e de expressão".
Edna Cardoso foi durante anos directora de um jornal local. Fora dessas funções, tem continuado a escrever na imprensa, abordando com vivacidade e paixão temas escaldantes, que lhe têm granjeado leitores assíduos. O artigo a que nos reportamos, subordinado ao título "Quando o crime é o direito à opinião e à informação", é uma peça jornalística de uma opinião comprometida, que ousa ser frontal e dar o nome às coisas. Outra atitude não seria de esperar de Edna Cardoso!
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