Em título de primeira página, o Diário de Notícias, de hoje diz que "Cavaco explica pouco e declara guerra ao "partido do Governo". A questão das escutas e a declaração do presidente da República, são assunto do editorial, sob o título "Falar sem dizer nada". Nele, o articulista diz que o Presidente da República falou ontem ao País, "não esclarecendo nada do que era essencial esclarecer(se desconfia ou não de que a Presidência andou a ser "espiada" por elementos do gabinete de José Sócrates, como o Público noticiou no passado dia 18 de Agosto), e atirou mais lenha para a fogueira da guerra política com "o partido do Governo". Cavaco Silva, diz o editorialista, "resguardou-se no simbolismo do seu cargo para ser ambíguo no que era importante e até fazer demagogia". Depois de outras considerações e críticas às declarações de Cavaco, o editorial do DN diz que "não há memória de um discurso tão pobre de um Presidente da República Portuguesa", que "fez o pleno das críticas logo a seguir em todos os canais da televisão, e fragilizou-se ainda mais, não conseguindo iludir o essencial: que esta polémica resulta apenas de o Presidente da República não ser capaz de desfazer sem tibiezas nem artifícios um problema montado por um dos seus assessores que depois mudou de lugar, mas não foi deixado cair, e que isso está à vista de toda a gente". E termina, desta forma: "com um PR em crise de credibilidade, incapaz de assumir os erros, Portugal não está bem. José Sócrates vai poder gerir o País sem o contraponto de um Presidente de todos os portugueses, e Cavaco vai ter de pensar se tem condições para se recandidatar". O BE, o PCP e o CDS querem saber mais sobre este caso e exigem explicações complementares, enquanto o PSD, através do seu secretário-geral Marques Guedes, lamentou que o "esclarecimento" do PR não tenha sido feito antes das eleições, para que os portugueses votassem "de forma mais esclarecida". Registem-se ainda as declarações de Pacheco Pereira, um estratega da campanha eleitoral de Manuela Ferreira Leite, que afirmou ser "o fundamental da mensagem do PR o ele ter dito que "com intenção hostil" dirigentes do PS tentaram por duas vezes colar o Presidente ao PSD.
Fonte: Jornal "Diário de Notícias"
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