Podem dizer que ambos se resguardaram para não abrir hostilidades, não mostrar as diferenças. Mas uma coisa ficou clara. É que ambos querem uma alternativa de esquerda, e que acima daquilo que os separa existe o objectivo comum de construir a oportunidade de derrotar o governo de Sócrates e as suas políticas de direita, mesmo que isso tenha de passar por mãos estranhas. A Direita esfregaria as mãos de contente se o debate tivesse degenerado numa querela estéril, em torno de pequenas intrigas e distante das questões que afligem o povo português, como o desemprego, a pobreza, a insegurança, a corrupção, os novos medos que ameaçam as liberdades formais e materiais da cidadania. No debate na SIC, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã compreenderam que não podiam prestar esse serviço ao PS e PDS, e que aquilo que o povo português espera deles é que reforcem o combate pela alternativa de esquerda, começando por derrotar Sócrates, o novo prócere reformador dos grandes interesses da Direita.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
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DERROTA
ResponderEliminarDe facto conseguimos viver nas derrotas.
As amizades aprofundam-se
o amor esperto ergue a cabeça.
Até as coisas se tornam limpas,
As andorinhas brincam no ar
instaladas sobre o abismo.
As folhas dos álamos tremulam.
Apenas o vento prossegue imóvel.
As aparições escuras do inimigo projectam-se
contra a base brilhante da esperança.
A coragem cresce.
Eles, dizemos deles, nós, de nós, tu de mim. O chá amargo agrada como um profecia bíblica. Tomara que a vitória não nos surpreenda.
Polónia - Adam Zagajewski
Um abraço bloguista da Nela
Foi com alguma preocupação que aguardei o debate entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. Confesso que senti algum receio de que os aspectos que os dividem se sobrepusessem à questão fundamental: derrotar Sócrates e os seus acólitos e impedir que uma nova maioria absoluta do PS ou do PSD continue a apontar a espada neo-liberal sobre os trabalhadores portugueses. Mas não. O debate começou e, bem cedo, se percebeu que ambos ali estavam para apresentarem, com toda a dignidade democrática, as suas propostas e para mostrarem aos eleitores que há uma verdadeira Esquerda em Portugal, capaz de falar a uma só voz, em prol dos interesses do povo e do país. Foi um debate sereno, tranquilo e digno. Disseram o que foi possível dizer em 45 minutos, conforme as regras impostas por quem não quer debater nada, apresentar nada, mas tudo e todos confundir. Gostei da integridade dos dois dirigentes, que demonstraram que é possível um resultado eleitoral favorável à Grande Esquerda Unida. Os portugueses também gostaram, tenho a certeza.Já a Direita e o dito Partido Socialista ficaram de nariz torcido... estou certa.
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