Em 1877, Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão escreveram As Farpas, livro que foi reeditado recentemente, com toda a actualidade, neste país de meias-tintas, que continuamos a ser. Expressivo é o retrato que ele nos dá da política e de alguns partidos, de que hoje são continuadores o PS e PSD, como se pode ver: "... A política converteu-se em uma vasta associação de intriga, em que os sócios combinam dividir-se em diversos grupos, cuja missão é impelirem-se e repelirem-se sucessivamente uns aos outros, até que a cada um deles chegue o mais frequentemente que for possível a vez de entrar e sair do governo. Nos pequenos períodos que decorrem entre a chegada e a partida de cada ministério o grupo respectivo renova-se, depondo alguns dos seus membros nos cargos públicos que vagaram e recrutando novos candidatos aos lugares que vierem a vagar. É este trabalho de assimilação e desassimilação dos partidos, que constitui a vida orgânica do que se chama a política portuguesa".
Não se diga que o PS e PSD não ficam bem neste retrato!
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